28 de abr. de 2008

Ódio com respaldo

"Oi, com quem eu falo?" Assim começa cinco minutos intermináveis de tortura marqueteira. Estou falando daquele povo responsável por transformar o gerúndio em um dos tempos verbais mais odiados pela nação. Não bastasse o desserviço à nossa língua, eles ainda praticam invasão de privacidade. Sim, porque ninguém pede para ser importunado na paz do seu celular. Tem coisa mais desagradável do que tocar aquela música que você escolheu para escutar toda vez que seus amigos, parentes, chegados, ou seja, os que tinham permissão para ligarem pra você, e em vez disso vem aquele gerúndio que bate fundo no ouvido? Vai tentar se desvencilhar em dois tempos. Impossível! Pois é... mas agora temos pelo menos uma voz com espaço na mídia para falar por nós: Stalimir Vieira. Filho de comunistas (será?), este gaúcho lançou um livro chamado Marca - o que o coração não sente os olhos não vêem (Ed. Martins Fontes, 140 páginas, R$ 20,oo). Muito tarimbado o moço. Passou pelo mercado financeiro, pelo setor hoteleiro e por grandes agências como DPZ, W/Brasil, Bates e DDB Argentina. Hoje é consultor. Palavras dele: isso é uma deselegância. Esse é o marketing estúpido e grosseiro, que aborda as pessoas sem pedir licença. Adivinha sobre o que ele tá falando? Suas idéias sobre esta prática do mercado publicitário são apenas uma parte de algo muito mais interessante. O livro aborda a ética no marketing. Não é a primeira, nem será a última vez que este assunto vem à baila, mas existe uma imensa diferença em ser tratado por alguém que conhece muito bem o ramo.

fonte: revista Carta Capital (23.04.2008)

Um comentário:

Adriano De Lavor disse...

Amigo, adorei o comentário.
Eu já perdi a vergonha. Mando um "não tô interessado" antes mesmo de saber o que é e desligo na lata.
Aliás, tenho uma teoria, que ainda vou colocar no papel, que vivemos atualmente a spam age. Presta bem atenção ao teu redor e vais perceber que isso acontece o tempo todo. São pessoas que querem que você receba papel na rua, gente que te obriga a ouvir a conversa que ela mantém ao celular...
Sem falar em emails, que a gente já nem se importa mais.
É a solidão barulhenta do século XXI. Informação? Pra mim são dados que desmancham no ar...
Diferente do seu blog, course!
Adorei e já adicionei aos favoritos.
É panic!
hehehe
;o)